Benfica

Rafa explica ‘negas’ aos milhões e fala de Schmidt: “Não têm noção…”

Avançado explicou porque recusou várias ofertas lucrativas nos últimos anos.

 Silva concedeu, este sábado, uma extensa entrevista aos meios oficiais do Benfica. Além de ter revelado as razões que o levam a deixar o clube da Luz no final da presente época, o avançado explicou porque recusou propostas chorudas para sair nos últimos anos.

 

“Eu privilegiei sempre estar cá, não porque fui obrigado, não porque alguém queria que eu cá ficasse. Fui eu sempre que decidi, tivesse mais dinheiro, menos dinheiro, foi sempre uma decisão minha ficar cá porque a minha família estava cá, eu estava cá, eu sentia-me feliz cá. E acho que isso é o mais importante, eu sentir-me bem num sítio. E se eu me sinto bem num sítio, eu vou ficar, porque, para mim, isso vai ser sempre o mais importante, não interessa muito ‘Ah, aqui vais ganhar mais, aqui vais ganhar mais…’. Não foi isso, nunca, que eu quis na minha vida”, revelou o avançado português, que falou da relação com os colegas de equipa.

 

“Se for a ver, eu acho que tenho mais amizades no futebol do que tenho fora do futebol. Isso diz muito sobre o que é o futebol, sobre o que é o balneário, sobre o que é a nossa vida cá dentro. Passamos tanto tempo cá dentro que muita gente se torna mesmo tua família, se torna pessoa de casa, se torna pessoa de… Tu sais daqui e queres ir jantar com essas pessoas, tu queres ir almoçar com essas pessoas, ou seja, a tua vida acaba por ser estas pessoas. Para mim, isso demonstra muito o que é o futebol e demonstra muito o que eu levo para a minha vida. O futebol deu-me muitas amizades, e amizades mesmo para a minha vida”, frisou o internacional português.

 

Ao longo destes oito anos no Benfica, Rafa cruzou-se com vários treinadores. Sobre Roger Schmidt, o avançado diz esperar que o técnico se mantenha muitos anos na Luz, revelando que foi por causa do alemão que não deixou antes o emblema encarnado.

 

“O míster Rui Vitória foi a minha chegada aqui. Eu acho que nós não nos conectámos muito bem. É verdade, não há como fugir. Não tenho nada de mal a dizer. O máximo que posso dizer é: acho que nós acabamos por não nos conectar com toda a gente na vida. Eu não o entendi bem e ele se calhar não me entendeu bem a mim, mas fez um trabalho muito bom no Benfica, e foi o treinador que me trouxe para cá. O míster Bruno [Lage] foi uma pessoa que, quando estava tudo um bocadinho escuro, nos trouxe um bocadinho de vida. E quando digo ‘um bocadinho’, não é um bocadinho, a relativizar, porque foi mesmo uma pessoa muito importante no Benfica. Não foi devidamente apreciada, por assim dizer. Devia ter sido muito mais apreciado, e para mim foi um treinador muito importante. Aprendi muito com ele, e trouxe muito boa vida aqui ao Benfica e ao nosso balneário”, garantiu Rafa Silva.

 

“O míster Nélson Veríssimo acabou por ficar connosco na altura em que o míster Bruno saiu. Não é fácil. As duas vezes em que ele esteve connosco, não é fácil, porque não foi programado por ele, não foi uma época programada por ele, foi acabar épocas, e isso nunca é fácil. Nós sabemos disso. E foi uma pessoa sempre muito honesta comigo, com quem eu ainda tenho relação e de quem eu gosto muito. O míster Jorge [Jesus] é uma das pessoas de quem eu gosto mais. Ele pode não saber disto, mas é uma das pessoas de quem eu gosto mais, porque eu gosto muito. Acho que a honestidade é uma coisa muito importante na nossa vida, e é uma pessoa muito frontal. Como é uma pessoa que não tem filtros, acaba por ser uma pessoa com quem eu me identifico muito, porque eu gosto muito disso. Acho que lhe sai tudo o que tem para sair, e isso a mim, como pessoa… gosto muito e aprendi imenso com ele. Foi um treinador com quem eu aprendi mesmo muito, que nos ensinou muito e que eu gostava que ele tivesse saído daqui [numa época] em que tivéssemos ganho um título, na verdade”, prosseguiu, antes de falar sobre Roger Schmidt.

 

“O míster Roger [Schmidt] acaba por ser o mais fácil de falar porque é o nosso treinador. Espero que continue cá muitos anos. Espero que o apreciem como treinador, porque não têm a noção da pessoa que está aqui. Foi uma das fortes razões também para eu ter continuado no Benfica, numa altura em que as coisas estavam muito… Para mim, na minha cabeça, não estavam a fazer o sentido que faziam. E então foi o míster Roger que… Tivemos uma conversa quando eu cheguei cá, depois das nossas férias. E foi uma das razões também que me fizeram ficar cá. Sou muito agradecido por o que ele fez por mim, por ter percebido a pessoa que eu era, por ter sabido lidar comigo e gerir o que eu sou, porque acho que um treinador é muito importante também quando sabe lidar com as pessoas, sabe estar. O míster Roger foi muito importante aqui no meu percurso no Benfica, nestes dois últimos anos, e conseguiu trazer-nos títulos outra vez, depois de três anos”, finalizou.

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