“É assim que se estragam os bons exemplos”, criticou o escritor e confesso adepto portista Miguel Sousa Tavares.
A derrota no Jamor deixou um sabor amargo na boca dos leões, que aspiravam adicionar mais um troféu ao seu palmarés, contudo foi o FC Porto que acabou por ser mais forte, oferecendo a Pinto da Costa o seu último título como presidente da SAD portista e o primeiro de André Villas-Boas como novo líder máximo dos dragões.
O título de campeão fez crescer as expectativas entre os adeptos sportinguistas em relação à Taça de Portugal, onde os leões pretendiam fechar a temporada com chave de ouro.
No entanto, a ambição de alcançar a dobradinha foi frustrada pelo FC Porto, que venceu no prolongamento, impedindo o Sporting de conseguir um feito que lhes escapava há 20 anos.
Após o término da partida, um momento de puro fair-play destacou-se na cerimónia de encerramento. Os jogadores do Sporting, ainda a digerir a derrota, formaram uma guarda de honra aos vencedores, num gesto que surpreendeu e está a ser amplamente elogiado.
“Dragões formaram túnel para homenagearem os do Sporting como campeões”
Antes disso, o conjunto comandado por Sérgio Conceição também haviam realizado uma guarda de honra aos sportinguistas, demonstrando um respeito mútuo raro em jogos de tamanha rivalidade.
Na sequência das guardas de honra de leões e dragões, Miguel Sousa Tavares, escritor e conhecido adepto dos azuis e brancos, apresentou uma visão crítica sobre este gesto de fair-play.
Em declarações ao jornal ‘Record’, o sócio portista, defendeu que os elementos do plantel do FC Porto perfilaram-se para a guarda de honra aos leões com o objetivo homenagear o Sporting pela conquista do campeonato: “Para assim os homenagearem como novos campeões nacionais”, observou.
No final do encontro, recorde-se, Rúben Amorim, treinador do Sporting, afirmou que a guarda de honra realizada pela sua equipa foi um exemplo de fair-play e explicou os motivos de tal gesto.
“Mesmo com as incidências do jogo, quisemos dar o exemplo e temos muita fé que vamos ser os próximos a ganhar e que nos vão fazer”, afirmou o técnico leonino.
Sobre as declarações de Amorim, Sousa Tavares assumiu não compreender a postura do técnico vencido ao afirmar que os louros do gesto de fair-play pertenciam ao Sporting.
“Rúben Amorim chamou a si os louros da coisa, referindo-se à retribuição depois feita pelo Sporting, e dizendo que ‘tinham dado o exemplo'”, comentou o escritor, citado pelo jornal ‘Bancada.pt’.
Miguel Sousa Tavares destacou ainda que “é assim que se estragam os bons exemplos”, tendo questionado a versão de Amorim, sugerindo que o exemplo inicial veio dos portistas.
“Como mister? Então nós não vimos todos, um país inteiro, que quem deu o exemplo primeiro foi o FC Porto e só depois o Sporting fez o mesmo?”, questionou Sousa Tavares.
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